quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

O papel da engenharia de alimentos na indústria

A evolução alimentar e o papel da Engenharia de Alimentos A cadeia produtiva de alimentos é complexa. Na transformação da matéria-prima em alimento industrializado estão os ingredientes, processos, produtos, embalagem e até mesmo a sua distribuição no varejo. Essas etapas são fundamentais para que o produto final seja comercializado de acordo com as exigências da empresa, do mercado e, principalmente, do consumidor, grande responsável pelas mudanças no setor nos últimos anos. Com maior acesso à informação e melhor poder aquisitivo, o brasileiro, antes sem muitas novidades e poucas opções, tornou-se mais exigente e menos fiel às marcas. Diante disso, a indústria alimentícia não teve outra saída a não ser investir na criação de produtos que atendessem às preferências dos brasileiros e garantissem sua competitividade de mercado. Para o professor e coordenador do curso de Engenharia de Alimentos do Instituto Mauá de Tecnologia, Marcello Nitz, “hoje, não basta garantir maior tempo de vida útil, segurança e praticidade ao alimento, é preciso atender ao mercado consumidor, cada vez mais informado e exigente”. Atenta a essas mudanças e à importância desse setor, a FIESP encomendou ao IBOPE uma pesquisa nacional a respeito dos hábitos de consumo e percepções da população brasileira sobre a alimentação. De acordo com a entidade, entre pequenas e grandes, o Brasil tem hoje 22 mil indústrias de alimentos. O setor representa 10% do PIB nacional e emprega mais de 1,5 milhão de pessoas. No entanto é preciso mudar conceitos para continuar crescendo. As conclusões da pesquisa podem ser lidas na publicação do estudo batizado de Brasil Food Trends. Segundo os resultados, a indústria de alimentos deve continuar investindo na adaptação ao novo perfil dos consumidores brasileiros que priorizam fatores como sensorialidade, prazer, conveniência e praticidade. Também há mercado para os alimentos saudáveis que até podem ser mais caros, mas não menos saborosos. Com o crescimento do mercado de alimentos minimamente processados, sem aditivos e com maior tempo de vida útil, e das oportunidades comerciais, a indústria de alimentos tenderá a investir no desenvolvimento de novas tecnologias de processamento. No capítulo dedicado ao tema, assinado pela professora titular do curso de Engenharia de Alimentos do Instituto Mauá de Tecnologia, Eliana Paula Ribeiro, fica evidente que os ganhos de produtividade advindos das novas tecnologias podem contribuir para a redução dos custos de produção, favorecendo a formação de preços competitivos e produtos adequados aos hábitos alimentares. “Não há dúvidas a respeito da importância dos processos e da Engenharia de Alimentos na evolução do setor alimentício. Por isso, há várias pesquisas sendo realizadas internacionalmente na busca de novos processos que garantam a segurança dos alimentos e mantenham suas características sensoriais e seu valor nutricional”, explica a professora titular da Mauá. Desde 1986, o Instituto Mauá de Tecnologia mantém o curso de Engenharia de Alimentos e já inseriu no mercado de trabalho mais de mil profissionais. “O engenheiro de alimentos é personagem principal de toda a cadeia produtiva de alimentos, pois integra todas as etapas do processo de transformação”, comenta Marcello Nitz. Em 2006, alunos da Mauá venceram o 1.º Prêmio ABEA de Inovação Tecnológica com o “iogurte probiótico em pó”, desenvolvido no trabalho de conclusão de curso. A partir da constatação da crescente demanda por iogurte, outros leites fermentados e alimentos funcionais, entre os consumidores que buscam uma alimentação cada vez mais prática, rápida e saudável, engenheirandas de alimentos, sob a orientação da professora do curso de Engenharia de Alimentos da Mauá, Dr.ª Cynthia J. Kunigk, chegaram à formulação do iogurte em pó. O iogurte contém uma combinação de microrganismos probióticos, benéficos à saúde por provocarem melhoria no balanço microbiano intestinal, com prebióticos, que auxiliam no aumento da atividade metabólica dos microrganismos probióticos. O resultado foi um alimento funcional que alia à qualidade nutricional a vantagem de não necessitar de refrigeração, facilitando seu armazenamento e transporte. “Esse é apenas um exemplo entre tantos trabalhos inovadores desenvolvidos todos os anos por alunos e professores do curso de Engenharia de Alimentos da Mauá”, comenta o professor Dr. Marcello Nitz, coordenador dos cursos de Engenharia de Alimentos e Engenharia Química da Mauá.

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